Fadiga e a Esclerose Múltipla

04/11/2016

A fadiga é uma das queixas mais frequentes dentre os portadores de esclerose múltipla1,2 e, às vezes, a mais incompreendida. Isso acontece porque, assim como a dor, a percepção de fadiga acaba sendo subjetiva, ou seja, diferente para cada pessoa. Por ser difícil de descrevê-la, a comunicação sobre seus efeitos também acaba sendo prejudicada¹,3.

A definição oficial dada pela Academia Brasileira de Neurologia é de uma “Sensação subjetiva de perda de energia, física ou mental, que interfere com as atividades rotineiras do indivíduo, de acordo com a percepção do paciente ou do seu cuidador(…)”.²

A fadiga pode estar associada a vários sintomas diferentes como, por exemplo: cansaço físico, cansaço mental, falta de motivação, dificuldade de concentração, fraqueza muscular, dificuldade para completar tarefas, dificuldades para dormir e até dor ou desconforto físico¹.

A fadiga pode ser separada em dois tipos1:

Fadiga persistente: É aquela que limita atividades funcionais ou a qualidade de vida e se apresenta por qualquer período de tempo durante mais da metade do dia, por 6 semanas. 1

Fadiga aguda: é aquela que não tem antecedentes ou que tem sua sensação aumentada por 6 semanas ou mais. Ela também limita atividades funcionais ou a qualidade de vida.1

As causas da fadiga começaram a ganhar a atenção dos pesquisadores a partir da década de 1980. Há várias hipóteses sobre suas causas, porém ainda não há certezas.1 Estudos indicam que ela pode ser causada por vários fatores diferentes, como: alterações na função do sistema imunológico1,2, consequências do processo da doença sobre as funções do sistema nervoso, mudanças neuroendócrinas1 e infecções2,3, por exemplo. Sono desregulado, dor, fatores psicológicos e falta de condicionamento físico também podem contribuir para o aparecimento da fadiga, que pode ser agravada também pelo calor1,2.

Para tratá-la, é necessário identificar o sintoma corretamente e buscar os fatores desencadeantes ou agravantes. Atualmente, a base para o tratamento está na conservação de energia, exercícios físicos, prevenção do aumento da temperatura corporal e uso de medicamentos.2

Abaixo, algumas dicas do que pode ser feito para amenizá-la:

– Tenha pausas durante o dia para economizar energia corporal.2

– Defina as tarefas prioritárias e dê atenção a elas. Se não conseguir completar todas as tarefas, reorganize a agenda.2

– Como a fadiga pode piorar com o calor, dê preferência a ambientes bem ventilados ou climatizados (ar condicionado), tome banhos frios e bebidas geladas.2

– Faça exercícios físicos regularmente. Programas de exercícios aeróbicos e/ou treinos com exercícios como a musculação, por exemplo, quando adaptados às necessidades de cada pessoa e realizados sob supervisão de equipe multidisciplinar mostraram melhora da fadiga.2

– Converse com a sua família sobre a fadiga e suas implicações nas atividades diárias e profissionais. Ter compreensão, apoio e tolerância é muito importante e pode facilitar o dia a dia.4

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